sexta-feira, 19 de agosto de 2011
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“Composição de Naus cujas equipagens e heróis imaginários, modelos éticos ou tipos sociais, embarcam para uma grande viagem simbólica que lhes traz, senão a fortuna, pelo menos a figura de seus destinos ou suas verdades. De todas as naves romanescas ou satíricas, a Nau dos Loucos é a única que teve existência real. Os loucos tinham então uma existência facilmente errante.(...) As cidades escorraçavam-nos de seus muros.(...) Os loucos eram levados pelos mercadores e marinheiros em número bem considerável e eram “perdidos”, purificando-se assim de sua presença a cidade de onde eram originários.(...) Naus de peregrinação, navios altamente simbólicos de insanos em busca da razão. A água leva embora, mas faz mais que isso, ela purifica.”
Trechos extraídos de História da Loucura, Michel Foucault